Óscar

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Há dois funcionários da nossa empresa que nunca se dignam contribuir para as tarefas comuns. Pontuais eles são, na verdade. Não há memória de um dia de trabalho alguma vez ter começado sem a sua presença. Mas a presença é toda a sua contribuição – e ninguém sonha em exigir-lhes mais que isso!

O Óscar é um cãozito preto de raça indefinida, vagamente relacionado com caniche e cão-de-água. Muito senhor do seu nariz, suspeita-se que está convencido que o patrão disto tudo é ele. Ladra furiosamente quando fica preso em qualquer lado, ou quando quer que lhe abram a torneira de um bidé para beber.

É doido por festas e muito guloso. Vem sempre melgar quem quer que tome o pequeno-almoço e tem a mania de seguir ao almoço quem vai ao restaurante, daí que muitas vezes o fechem nessa hora. Ou tenta abalar com a equipa do grande formato, quando se metem na carrinha e vão montar um outdoor ou decorar uma montra.

Como bom profissional, nunca ladra aos clientes, mas o seu ódio de estimação são os que vêm buscar papel para reciclar, num grande camião. Esses põem-no mesmo furioso!

O Óscar está connosco há bastantes anos. Muitos clientes o conhecem e amam.

 

A Princesa é mais recente, ainda infantil. Gatinha sem raça definida, aquilo que os veterinários chamam europeu comum, tem, naturalmente, menos história.

Muito tímida, costuma ficar-se pelo armazém das tintas e pelo acabamento, fazendo rápidas expedições pelo resto da casa, mas com a retirada sempre pronta.

Já conseguiu alcançar a coexistência pacífica com o Óscar e começa a apreciar as carícias da parte dos colegas humanos. Um dos seus refúgios preferidos é o labirinto tridimensional formado por uma pilha de paletes, outro uma alta estante no acabamento onde é difícil ser incomodada.

É pouca coisa, mas ainda é pequenina. As nossas colegas humanas, em especial, gostam muito dela.

  05-11-2015

Atualização

Acabado o estágio, a Princesa considerou cuidadosamente as propostas que apareceram. Decidiu finalmente ir para casa do nosso colega Rui. Ele garantiu que ia tratá-la com todo o carinho. Mas o argumento decisivo foi camas e sofás. Coisa que por aqui não temos. O Rui garante que ela tomou posse da sua casa e que se sente feliz como seu servo.